Flávio Charchar começou ministrando a oficina com uma breve explicação, à primeira vista, da complexa rede do Circuito Fora do Eixo. Uma verdadeira teia de conteúdos e informações e dados e pessoas e Ufa! Os participantes chegaram meio tímidos, bem do jeito mineiro, mas devagarinho foram se soltando e mostraram à que vieram!
Bastou a coisa ficar mais clara e todo mundo começou a participar e se identificar com a tal Rede CFE.
Flávio explicou sobre a história do cenário independente no Brasil, que vem se desenrolando dentro dessa teia, através do trabalho colaborativo. Falou sobre como surgiram os primeiros coletivos, e como esses coletivos perceberam que a ligação e a comunicação entre eles possibilitariam uma gama imensa de ações concretas!
E o melhor: falou sobre os resultados maravilhosos que a rede vem conseguindo, como a expansão dos projetos, que no princípio pareciam impossíveis, a possibilidade do indivíduo encontrar, através do CFE, muitos outros parceiros e outros interessados nos mesmos objetivos, com o trabalho em conjunto, mais parcerias que somam resultados impressionantes e números reais!
Claro que esses resultados chegaram depois de muitos debates e encontros virtuais, além de inúmeras reuniões entre os integrantes dos coletivos que pertencem ao CFE.
Com ajuda da rede, as coisas começaram a fluir muito rápido, e crescer mais rápido ainda! A internet é uma ferramenta valiosíssima, mas a mídia livre não se limita à ela.
Flávio Charchar grifou: “devemos desvinculá-la da internet”! É claro que hoje, a internet se tornou o maior facilitador para a troca de dados, mas a mídia livre nasceu no mínimo há 50 anos! Quando ainda nem se cogitava internet! E muitos movimentos sociais atuaram através da mídia livre.
Mídia livre pode ser considerada qualquer forma de comunicação e expansão de ideais, propostas, notícias, etc., como zines, fanzines, jornais, revistas, informativos, dentre tantos outros. Deve ser democrática, de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação.
Funciona totalmente fora da lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos. Contudo o intuito da mídia livre não é destituir a grande mídia, reconhecendo inclusive o papel desta para a sociedade.
Produzida pela sociedade civil, não é presa às mesmas questões da mídia comercial. A mídia livre hoje consegue movimentar e mobilizar mais pessoas do que as redes convencionais e comerciais.
O papel das grandes redes sociais, como o Youtube que foi importantíssimo para a revolução da informação, ou como outras redes sociais que funcionam como aproximador das distâncias entre as pessoas. “Hoje em dia não existem mais paredes nas casas”, disse Charchar sobre os encontros virtuais. Mas, “Midia Livre! Não irresponsável!”, devemos sempre lembrar da ética e responsabilidade por aquilo que formos disponibilizar na rede.
O que deve ser feito é aproveitar as redes sociais, e todas as ferramentas disponíveis na rede, para trabalhar e alcançar objetivos em comum.
A internet tem sido responsável por grandes mudanças e movimentos sociais valiosíssimos. O que o CFE e os coletivos à ele integrados tem feito! Navegando e trocando tudo, porque nesse “mar”, melhor navegar com uma rede, assim a “pesca” é muito mais eficaz! Imagine um pescador sozinho, com uma vara, pegando um peixe de cada vez, agora, e se vários se unem, e lançam a rede e a puxam de volta juntos?!
O primeiro dia da oficina foi fechado com um debate espontâneo entre os participantes, sobre a coletividade, sobre a capacidade individual de produção, as possibilidades e avanços da internet. Foram convidados a participar da cobertura do #VaiSuldeMinas, mostraram muita disposição e já agarraram seus postos para a cobertura dos próximos dias do festival! Muito Massa!! Continua…