
Arte: @luishnrq
Quem nasce no sul de Minas Gerais vive um grande dilema – não se define nem mineiro, nem paulista. A divisa lhe tira o sotaque, o bairrismo, o folclore e em troca lhe dá a oportunidade de mirar a “capital mais capitalista” do país, São Paulo, para o estudo e o emprego. Sem o orgulho do pão-de-queijo, sem a benção do Clube da Esquina, e rejeitando os antigos modos caipiras, Poços de Caldas está no meio do caminho entre as capitais desses dois estados, tem um pouco das duas, mas ao longo dos anos constrói uma identidade própria.
Em janeiro de 2010, surge o coletivo Corrente Cultural, após observar as iniciativas da cena artística independente do Brasil, mais especificamente do Circuito Fora do Eixo, com o intuito de contribuir para o questionamento e avaliação dessa identidade própria que, para nós, moradores, é bem mais ambígua que para o turista – alvo das iniciativas públicas que se beneficiam do recurso destinado à cultura. Nossos talentos, em sua maioria, acabam deixando a cidade ou interrompendo precocemente a evolução de sua obra.
Neste sentido, o festival #VaiSuldeMinas é um clamor aos artistas de nossa região para se organizarem, se profissionalizarem e almejarem resultados desafiadores a médio e longo prazo, sonharem alto com os pés nos chão, “pegando no tranco”. Para isso, o #VSM prepara uma programação que inclui apresentação de artistas locais, da região e de outras regiões do país, afim de possibilitar um ambiente favorável à troca de experiências, e workshops e debates relacionados à cadeia produtiva da música e ao mercado cultural do sul de Minas, convidando agentes culturais e profissionais da área.
Ao todo, serão 12 atrações musicais: 02 bandas estudantis selecionadas através do Festival Manancial, 06 bandas/artistas locais, e 04 bandas/artistas de fora que serão selecionadas através do Toque no Brasil, site que promove a circulação de músicos por todo o território nacional.
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