Resenha Grito Rock Poços de Caldas


Foto: Maria Fernanda

Foto: Maria Fernanda

Todos o sonidos do festival Grito Rock Poços de Caldas fizeram a diferença para as pessoas presentes no New York Pub – público e participantes. O som das bandas independentes, das conversas de bar, do encontro entre amigos e dos envolvidos de corpo e alma no projeto fizeram um novo movimento se consolidar. O Coletivo Corrente Cultural deu o primeiro passo e percebeu que a força do espaço independente é mais forte do que se imagina.

Sentimos escorrer, junto com o suor, valores como a união, a força e a motivação de amigos que possuem ideais e sonhos de ver a cultura local, regional e nacional se desenvolver de forma honesta. Todo trabalho realizado nos 4 dias do Carnaval concretizou esses ideais e sonhos de muitas das pessoas envolvidas.

A correria da galera daqui valeu a pena! A casa que hospedou as bandas foi um ponto centralizador de ideias novas e histórias de estrada, repleta de interação e risadas divertidas. O clima de descontração dos músicos que estão rodando várias cidades do país interagiu com os músicos daqui e com as pessoas do Corrente Cultural.

Não faltou nada. No primeiro dia tivemos 3 bandas na “hospedaria-solidária”, e uma mistura de sotaques: mineiros, pernambucanos e cariocas. Cada um esclarecendo dúvidas e curiosidades sobre a cena da própria região. Informações foram trocadas sobre projetos, turnês, confecção de material e outros assuntos relacionados ao meio independente. Não faltou também aquela cervejinha, porque o dia tava muito quente.

À noite, sempre tínhamos a sensação de que algo surpreendente estaria por vir. Um pub lotado pra assistir bandas de som próprio é um acontecimento bastante relevante, pelo menos em Poços de Caldas. Nos outros dias tivemos uma conversa sobre a força do circuito mineiro, da música mineira, e de como estamos nos articulando. Todos ficamos surpresos com o público poçoscaldense, pela receptividade dessa nova proposta na cidade.

Em um dos dias, tivemos informações sobre o cenário paulistano, e trocamos contatos pra ampliar a ponte Poços-São Paulo. Quando a “quarta-feira de cinzas” chegou, sensação de missão cumprida! Público mais que satisfeito e bandas contentes com os resultados obtidos. O Rafael, dono do New York Pub, nosso apoiador cultural, também se empolgou com o balanço dos 4 dias, e com certeza dará continuidade a essa parceria.

Os shows foram impressionantes – a maior prova de que a cena independente tem crescido tanto em números quanto em qualidade. No primeiro dia, 13/02, recebemos as bandas Eden Bordel (Rio de Janeiro – RJ), Enne (BH-MG) e JH & Candeias Rock City (Jaboatão – PE), que incendiaram o público – e haja calor humano. Dia 14/02 foi a vez de Vandaluz (Patos de Minas – MG), Dom Capaz (Uberlândia – MG) e Beatrice (Poços de Caldas – MG) botarem tudo abaixo, dando a coordenada pros dias seguintes, som alto e intenso. Na segunda-feira, 15/02, Elephas (Lavras), Manolos Funk (Vespasiano – MG) e K2 (Poços de Caldas – MG) mostraram porque o rock mineiro tem o respeito que tem. Pra encerrar a programação e desentupir o ouvido alheio as bandas Havanna (Poços de Caldas – MG), Hatchets (São Paulo – SP) eMekanos (Poços de Caldas – MG) deixaram a plateia com a expectativa pros próximos eventos que serão realizados pelo Corrente Cultural.

A realização do Grito Rock nos trouxe a oportunidade de tomar contato com outros artistas, bandas e coletivos, e botar em prática nossa primeira ação conjunta. Pudemos observar que juntos somos capazes de planejar, articular e agir. Gostaríamos então, de agradecer a todos que se dedicaram para que esse evento pudesse acontecer, e aos que acompanham e apoiam nosso trabalho. Uma nova lógica da cena artística está em processo de ebulição e é bom que já estejamos atualizados e ativos na multiplicação desses conceitos para serem aplicados da melhor maneira no cenário local.

Que venham as próximas ações!!!