Noite Independente do mês de agosto


Fotos: Faustinho Gomes e Sandra Ribeiro

Fotos: Faustinho Gomes e Sandra Ribeiro

Em 19 de agosto de 1973 nasceu a filha do cantor Marcelo Nova – que já disse não ter matado Joanna D’ark, só a encontrou para passear no parque –  fruto de quando esse maluco trocou a Camisa de Vênus por um rock sem látex.

E se na última quinta, em Salvador, Penélope Nova comemorou sua 37ª primavera, aqui no sul de Minas nós  fizemos um tributo à música independente! É, meu amigo leitor, aconteceu neste dia 19 a Noite Independente do mês de agosto! Numa panela só, o Coletivo Corrente Cultural misturou a boa MPB e o Pop, com temperos nada convencionais do Rock n’Roll, e fez do New York Pub uma apoteose travestida de palco.

Sob olhares atentos de um público mais comum do que você imagina, Gabriel Guerra, Beto De Lucca e Ini se apresentaram numa noite digamos, histórica, num tom romancista, e de placa,num conceito mais futebolístico.

E quem abriu a Noite foi Gabriel Guerra (www.gabrielguerra.com.br), músico e compositor nascido em Poços que traz no seu currículo três álbuns lançados, além de um apanhado de façanhas como apresentações ao lado de George Israel e outras figuras da música brasileira e a inclusão de uma música na trilha de uma novela da Rede Record. Dotado desta particular bagagem, o músico trouxe um show inédito de releituras de suas composições apresentadas de forma nua e crua, praticamente como foram concebidas antes de serem gravadas. Ao lado de seu parceiro de composições, Pedro Cezar, Gabriel fez alguns rockeiros destorcerem seus narizes para esta MPB, rica em arranjos explosivos e de uma atmosfera cheia de atitude.

Quem veio logo depois foi Beto De Lucca (www.betodelucca.com.br), um cantor poçoscaldense de singularidade notável, que junto com sua banda, trouxe as músicas de seu álbum lançado, “O Último Vagão”.  De Lucca contagiou o público com arranjos profundos fazendo um suingue a la popfunkrock misturado a uma MPB de letras coerentes e reverberantes na cachola. Beto simplesmente fez do palco a sua casa, entoou a voz afinada e enalteceu a boa música autoral brasileira. Quem ouviu, saiu sorrindo com vontade de ouvir de novo.

Pra encerrar a Noite Independente do mês de agosto, o Corrente Cultural convidou quatro caras que fazem da música e da poesia virtudes viscerais. A banda Ini (www.myspace.com/caixadomacaco), Sorocaba-SP, chegou ao palco trazendo composições do segundo álbum, “A Caixa do Macaco”. Com um set de pedais intitulados de nomes como “Turma do Fundão” e “Só Não Faz Psiu!”, alimentados eletricamente pela “Tia das Merendas”, Rike Rave juntou sua guitarra com a “cozinha” de Pêu e Heraldo somada das vozes de Ferraz e trouxe para a Noite um rock difícil de transcrever. O palco literalmente ficou pequeno e o que se viu foi talvez o show mais enérgico e vibrante que a Noite Independente já contou. “Os caras fizeram um som que me remete a uma palavra: liberdade. Quem esteve lá, com certeza entendeu que a música pode estar além do que nos é passado pela mídia.” –  falou o músico Pedro Cezar, após a apresentação do quarteto.

Encerrada a Noite, cabe um comentário do pai da aniversariante do dia. Com a palavra, Reverendo Marcelo Nova: “Quem faz rock no Brasil, hoje, são as bandas que estão na garagem, aquelas que querem se expressar e são totalmente bloqueadas pela mídia eletrônica. Se esses caras não conseguirem fazer nada, não vão ser os Inimigos do Rei ou Nenhum de Nós que vão fazer, com toda certeza.” Se ligou?

Em Setembro, nova Noite Independente com música autoral de qualidade! Salve Corrente Cultural e salve a música independente!

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