Somos coletivo, somos uma corrente e somos cultura. Somamos isso tudo e damos vida à pluralidade. Porque singular somos somente no objetivo: a união. E assim acreditamos que juntos podemos fazer o mundo melhor. Utópico? Não me atreveria a dizer que sim! Enquanto conscientes de que é necessário, cada vez mais, articularmos com outros grupos a fim de ganharmos visibilidade e, desse modo, gerarmos impacto na esfera pública. Constituímos um movimento social que só tem a transformar.
Nessa perspectiva plural, entendemos a importância de se fazer parcerias. Começamos a nossa primeira com o Circuito Fora do Eixo (#CFE), uma rede colaborativa e descentralizada de trabalho, composta por coletivos de cultura que se estendem pelo Brasil (www.foradoeixo.org.br). Assim, nosso pontapé inicial foi em alto e bom som com o Grito Rock 2010 (projeto do #CFE).
Pelo segundo ano consecutivo, o Grito Rock será realizado e nada melhor do que saber o que o Festival representa para uma banda de música independente da nossa cidade, selecionada para se apresentar: a banda Mekanos.
Em entrevista com Cristiano Figueiredo (bateria), Guilherme Fernandes (baixo), Gustavo Infante e Victor Negri (ambos no vocal e guitarra), eles contaram um pouco sobre suas experiências e história da banda.
A banda se formou em 2006, pelo gosto por Beatles e pela vontade de produzir um trabalho autoral: “somos uma banda de Rock com forte influência da música brasileira. Tentamos trazer a riqueza de harmonia e ritmo da música do Brasil para o universo do baixo, bateria e guitarra”.
De lá pra cá…
“No mesmo ano [2006], gravamos nossas primeiras canções: um CD Demo, com 5 faixas inéditas. Esse trabalho abriu muitas portas, como a seleção para tocar no Festival Nacional da Canção de 2006 e 2007. Com o tempo, fomos amadurecendo nossas composições, e em 2008 entramos novamente no estúdio para gravar nosso primeiro disco, “Registro de Pequenos Objetos”, que foi lançado em 2009, produzido pela banda e por Jacques Mathias, produtor de Varginha que já trabalhou com Milton Nascimento e Lenine. Graças a esse CD e às ações do Coletivo Corrente Cultural foi possível tocar em várias cidades de Minas e São Paulo, levando nosso som para um grande público. Hoje a banda se prepara para gravar, com produção de PC Belchior, seu segundo disco, que deverá ser lançado ainda esse ano”.
De influências e identidade
“Temos como influências mais fortes o Clube da Esquina, Caetano Veloso, Los Hermanos, e Os Beatles. Procuramos usar esses artistas como referência para diversificarmos nosso som e criarmos uma identidade musical nossa. Para o novo trabalho temos conseguido uma homogeneidade maior nesse sentido, deixando menos evidente a influência individual de cada banda, assim como é menos perceptível a predominância de um estilo sobre o outro, como acontece no primeiro CD, marcadamente mais Rock”.
Pela estrada em Festivais
A participação em Festivais já está no histórico da banda. Em 2010, esteve no Transborda – Festival de Artes Transversais (realização do Coletivo Pegada, de Belo Horizonte), no Festival de Pop Rock do Inverno Cultural de São João del Rei e no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana.
“Foi um orgulho para a banda ser uma das três selecionadas do estado para tocar no Transborda. Uma experiência ótima levar nosso som para outras cidades, entre elas a capital de Minas Gerais, onde presenciamos a grandiosidade e a funcionalidade do evento e da equipe do coletivo Pegada – bem como o sistema de circulação de bandas do Brasil inteiro através dos coletivos. Vencer o Festival de São João Del Rei nos trouxe como prêmio a apresentação no palco principal do Inverno Cultural que teve uma organização e estrutura incrível. Passamos também por Mariana, onde acontecia o Festival de Inverno, que é bastante tradicional e que por sua grandeza reúne ótimos públicos e mais uma boa oportunidade de divulgar nosso som. Outra coisa que levamos desses festivais é a interação com várias bandas nacionais, entrando em contato com novas ideias musicais”.
O Grito Rock 2010 e 2011
Além da participação no Grito Rock 2010 e a seleção para a edição de 2011 em Poços de Caldas [MG], a banda foi selecionada para participar da programação do Festival em mais quatro cidades este ano: Machado, Sabará, Ribeirão das Neves e Belo Horizonte.
“É muito importante para a banda, pois o Grito Rock tem visibilidade nacional por estar ligado ao Circuito Fora do Eixo; também é um festival que cresce a cada ano, aumentando cada vez mais o número de cidades onde ocorrem os shows e consequentemente, o público. Participar desse evento pela segunda vez é uma honra por termos a oportunidade de apresentarmos nosso trabalho para novos públicos”.
Sobre o Coletivo Corrente Cultural
“Através do coletivo, há uma maior consciência com relação ao agitado cenário independente brasileiro e é possível dialogar com ele mais de perto. O Corrente Cultural também abriu portas para os artistas de Poços de Caldas mostrarem sua música dentro da própria cidade, e valorizarem o trabalho local. Nossa participação no coletivo tem nos possibilitado interagir com os artistas daqui, adquirir conhecimento sobre diversas áreas nos workshops, e também fazer vários shows aqui e em outras cidades – isso sem contar que nos rendeu muitos contatos e amigos”.
O que vem por aí
“Até o final do ano, vamos lançar este novo disco e esperamos que ele nos leve a tocar para bastante gente, através da interação e das ações do coletivo. Torcemos para que esse método de trabalho e circulação tome proporções ainda maiores. Além disso, queremos, é claro, continuar gravando por um bom tempo, sendo sempre sinceros nas nossas convicções musicais”.