De contraste: o intimista, o experimental e o intenso do Grito Rock


Foto: Léo Zaneti

Foto: Léo Zaneti

O primeiro dia do Festival Grito Rock em Poços de Caldas transformou o New York Pub em um palco que agregou dois elementos em cada uma das apresentações: a busca por autenticidade e a valorização da identidade regional. Além da música, obras da ExpoGrito 2011 – transmitidas nas telas – emolduraram o ambiente com as cores e as formas de artistas de todo o Brasil. O público lotou o espaço e entoou, junto aos vocais das bandas, a vontade de fazer os dias de carnaval tão diferenciados quanto as propostas de cada atração.

Utopia trouxe ao palco um clima nostálgico e intimista, revestido pelas influências do indie rock europeu e do alternativo nacional – de Franz Ferdinand e Arctic Monkeys a Los Hermanos. Cido (vocal e guitarra), Pedrinho (guitarra), Chumbinho(baixo) e Daniel (bateria) deixaram, na apresentação ao vivo, pistas do significado do nome que os define – é impossível alcançar um nível maior de singularidade.

O estilo muito bem definido é uma marca que surpreende, para uma banda recente que gravou as primeiras canções próprias em 2009 (EP Monólogo). Além das músicas disponíveis no Myspace (http://www.myspace.com/bandautopia), três inéditas selaram o show, dando o tom do que virá a ser o novo EP programado para ser lançado ainda este ano.

Solos de gaita anunciaram a banda Pé de Macaco como a segunda atração do Grito. Felipe Barbosa (guitarra e vocal), Arthur Romio (guitarra e vocal), Eduardo Porto (bateria e backing) e Lucas Martini (baixo e gaita) integraram do início ao fim do show elementos do Blues e uma batida que transita do Baião ao Reggae.

Sem receio de extravasar toda a característica multicultural de cada integrante da banda, Pé de Macaco tocou até marchinha em pout-pourri, transformando o sábado de carnaval em um redemoinho de ritmos. O encerramento com um jogo de vozes bem trabalhado marcou o Grito Rock Poços com o sotaque paulista e reafirmou a versatilidade do grupo.

A experimentação deu lugar à experiência de 13 anos de estrada e participações em importantes shows e festivais pelo Brasil: a banda K2 trouxe à pegada do Ska e à intensidade do Metal influências brasileiras que resultaram, inclusive, nos versos de sambas como “As Rosas não Falam” (Cartola) infiltrados nos solos de guitarra.

Com discurso em favor da necessidade de “Mudanças”, música que elevou o sentimento de revolução pelo som, K2 levou ao NY a melhor definição da força do Grito, numa Locomotiva de Rock.

Este foi só o início do Festival, que apresenta durante todos os dias de carnaval o Rock independente no palco do New York. Os grupos Dom Capaz (Uberlândia), Galanga (Ouro Preto) e Pré Pagos (Barbacena) mostram hoje o melhor da música alternativa mineira a partir das 22h.


Assista o vídeo deste primeiro dia de Grito Rock 2011 – Poços de Caldas!