Você vai conhecer hoje e aqui, o recém-lançado VT que transmite em poucos segundos o que o Grito Rock 2011 é em Minas Gerais. Se hoje nos parece tão óbvio as muitas cidades que compõe o Grito em MG, saiba que já fomos apenas duas no começo. E se só a música transformava nossos carnavais, hoje já fazemos as nossas próprias alegorias visuais. Conheça agora o Grito Rock e sua história!
Os gritos são muitos: de guerra, de paz, de independência ou morte, de herói, de Munch e de Rock. Não o Balboa. Balboa também gritou bastante, mas não é do pugilista hollywoodiano de que trato.
O Grito de Munch é o famoso quadro onde quase se pode ouvir o grito por si só na pintura. De guerra e de paz são todos os nossos hinos, reverberados entre nações patriotas, D. Pedros ou times de futebol. E que tal irmos “Ao infinito e além” bem entoado na voz heróica de um salvador da pátria norte-americana? Eu particularmente prefiro a mexicana – “não contavam com minha astúcia”!
Bom, mas o Rock. Eis o gênero musical que atravessou décadas entre todas as ideologias, cantou contra as guerras e as pazes, contra o silêncio, contra o elitismo e contra qualquer movimento que acomodasse vocês e vossos traseiros em uma gorda poltrona. O Rock nunca te deixou parado, e nem na mão, não morreu e nunca irá, pois quem sabe de quem ele nasceu? Pagão ou não, a verdade é que o Rock é nosso carnaval de um ano inteiro.
O carnaval. Sim, a história do Grito Rock começa pelo carnaval.
01 de março de 2003, Cuiabá-MT. “Se a canoa não virar eu chego lá!” era o slogan da campanha publicitária do Espaço Cubo em sua mais nova empreitada: um carnaval mais rock. Assim surgia o Grito Rock, legítimo festival brasileiro, isolado, com 5 bandas locais, auto-gerido por pessoas que queriam simplesmente uma alternativa para o carnaval dominado pelo axé music e pelos modismos que sempre estiveram aí; seja o funk carioca ou o eletro melody paraense. No ano seguinte o repeteco, agora com o intercâmbio de artistas da região. E assim se progrediu até que em 2007 o Grito Rock se firma como um dos projetos do Circuito Fora do Eixoe passa a ser produzido a nível nacional, em várias cidades simultaneamente. De lá pra cá, crescimento exponencial; em oito anos o evento passa de uma cidade sede para 130 cidades produtoras, abrangendo uma área de 9 países.
E foi exatamente em 2007, quando o panorama passa a ser nacional, que o Grito ecoa pelas Minas Gerais. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e a capital Belo Horizonte recebiam pela primeira vez suas edições daquele famoso festival independente que dilacerava o carnaval contemporâneo. Naquele momento, as espetaculares 20 cidades produtoras do evento espalhadas por quase todo o país registravam uma marca invejável no cenário de festivais de música independente. No ano seguinte, mais força com Montes Claros e São João Del Rey formando as 4 cidades mineiras oficiais do Grito Rock MG. Daí em diante, a contaminação do interior do estado era inevitável.
Hoje somos 21 polos urbanos, entre grandes, médias e pequenas cidades mineiras que produzem o Grito Rock, além da capital capixaba que nos agrega forças e faz do Grito Rock MG/ES a segunda maior regional deste evento.
O Grito é hoje, sem dúvida, muito mais que uma alternativa para o carnaval. É algo além da data foliona. Se o carnaval no Brasil acabar de hoje pra amanhã, o Grito Rock só irá se preocupar em decidir se o Sambódromo carioca comporta ou não nossas bandas e seus gritos.
Aqui em Poços de Caldas o Grito Rock nasceu em 2010, quase junto com o Coletivo Corrente Cultural que mesmo recém-nascido carregou a responsabilidade de trazer esse espetáculo de ideia para cá. Nesse ano esperamos poder fazer do nosso Grito um carnaval além de todos os desejados.
Esqueça as cidades que margeam a represa, os corredores de axé e os blocos já falsificados. Liberdade nesse carnaval é poder gritar do seu jeito.
Visite o site oficial do Grito Rock : www.gritorock.com.br
Leia mais sobre o Grito de 2003 em Cuiabá-MT:
http://cubista.blogspot.com/2008/02/grito-rock-2003-o-inicio.html