A voz de Aeromoças e Tenistas Russas é assim: o grito do sax, o solo do teclado, cadência do baixo, tudo temperado com a marcha da bateria e com os efeitos programados da guitarra. O eco multidimensional é o que dita o ritmo da dança além-palco e do timbre nostálgico – é de videogame esse compasso? – que permeia o show.
O clima da banda é assim: que seja psicodélico, jazz e resgate vintage. É de pausa, silêncio e timbres altivos que o improviso de Aeromoças ditou os motivos da admiração. Um passo a frente pedido ao público foi para fazer do solo ainda mais integrado ao balanço de quem chegou ao Grito Rock para fazer dançar: samba, rock, baião ou o que quer que a mistura de ritmo faça suingar.
Os aplausos seguiram o mesmo tom que o sopro e o dedilhar de baquetas e cordas do cd Kadmirra deixa gravado nos compassos mais difíceis de executar – quebras em 7/5 e mais de um ritmo por música.
Pela segunda vez em Poços de Caldas, Aeromoças e Tenistas Russas, de São Carlos-SP, fez o público do New York Pub pensar o Carnaval como um evento completo, mesmo instrumental.